O décimo mês do ano começou e com ele uma das campanhas mais importantes de saúde mundial, a conscientização do câncer de mama. Mais de 2,3 milhões de mulheres foram diagnosticadas só em 2020 ao redor do mundo, ano que também teve o maior índice de mortes pela doença. Apesar dos dados assustadores, se diagnosticada no início, as chances de cura chegam a 95%.

Como tudo começou 

Hoje, fundações, governos, empresas, universidades e milhares de outras instituições difundem a campanha, mas nem sempre foi assim. 

O movimento surgiu na década de 1990 em um evento denominado Corrida Pela Cura, que aconteceu em Nova Iorque. O objetivo do evento era arrecadar fundos para uma pesquisa realizada pela instituição Susan G. Komen Breast Cancer Foundation (Fundação do Cancer de Mama Susan G. Komen). Foi nesse dia que os laços cor-de-rosa surgiram, já que foi dado a cada participante da corrida, um lacinho para prender a roupa, uma maneira de mostrar porque estavam correndo. 

A Corrida Pela Cura, não tinha nenhuma ligação a nenhuma instituição pública ou privada, mas chamou a atenção de diversas fundações e instituições. Com o tempo, o movimento foi tomando força, acontecendo em outras cidades, até que Outubro foi instituído pelo governo Americano como o mês oficial de conscientização do câncer de mama, assim, o símbolo do laço cor-de-rosa se espalhou. 

No Brasil, o movimento foi um pouco tardio, chegando apenas em 2002 em São Paulo. Neste ano, o Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista no parque Ibirapuera, foi iluminado com a cor rosa durante as noites do mês de outubro, caracterizando assim, a primeira iniciativa no país. 

Assim como nos Estados Unidos, pouco a pouco o movimento tomou força e em outubro de 2008, diversas entidades relacionadas ao câncer de mama, como hospitais e clínicas, promoveram campanhas, corridas e iluminaram prédios e monumentos pelas cidades com a cor rosa, transmitindo a mensagem de prevenção. 

Importância do movimento

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum na mulher brasileira. Ele ocorre devido a um desenvolvimento anormal das células da mama, que se multiplicam repetidamente, sem controle, até formarem um tumor. 

Infelizmente, o sintoma mais conhecido da doença são os nódulos nas mamas, mas há outros sintomas, talvez mais importantes, que precisam ser levados em conta. Abaixo, separamos uma lista dos principais sintomas do câncer de mama:

- Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo);

- Nódulo único endurecido;

- Abaulamento ou irritação de uma parte da mama;

- Dores na mama ou mamilo;

- Inversão do mamilo;

- Vermelhidão na pele;

- Inchaço na pele;

- Espessamento ou retração da pele ou mamilo;

- Secreção serosa ou sanguinolenta pelos mamilos;

- Linfonodos aumentados. 

Os sintomas citados podem surgir isoladamente ou simultaneamente, podendo ser indícios de um câncer de mama inicial ou sintomas de um câncer em estágios mais avançados. É importante ressaltar que, nem sempre alguns desses sintomas significam a existência de um câncer de mama, já que eles podem caracterizar tanto um nódulo maligno quanto um benigno, ou seja, apenas com o auto exame é impossível ter um diagnóstico certeiro. Por isso, é fundamental que se consulte um mastologista, médicos especializados em mamas, para ter qualquer diagnóstico. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), das 11,5 milhões de mamografias que deveriam ter sido realizadas em 2020, apenas 2,7 milhões foram feitas. Essa diminuição da realização do exame é um fator de risco para milhares de mulheres e mais um alerta para a importância da campanha do Outubro Rosa. 

Quem pode ter câncer de mama?

Precisamos salientar que, qualquer pessoa pode desenvolver câncer de mama! Isso mesmo, seja mulher ou homem, pode ser acometido pela doença. No entanto, há alguns fatores que devem ser levados em consideração. 

Alguns fatores de risco do câncer de mama estão relacionados às seguintes situações: 

- Idade avançada, em especial, acima dos 50 anos; 

- Obesidade e sobrepeso após a menopausa;

- Sedentarismo;

- Ingestão de bebidas alcoólicas;

- Não ter tido filhos;

- Primeira menstruação antes dos 12 anos;

- Menopausa após os 55 anos;

- Uso de contraceptivos hormonais;

- Histórico familiar de câncer de mama e/ou ovário;

- Variantes genéticas, em especial BRCA1 e BRCA2.

Como Prevenir

A principal forma de prevenir o câncer de mama é adotando um estilo de vida saudável, isso inclui a ingestão de frutas, legumes, verduras, água, não fumar, não beber bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos diariamente.

Além dos hábitos saudáveis, a realização de exames periódicos como a mamografia e o autoexame são essenciais. A partir dos 40 anos, as mulheres devem realizar a mamografia anualmente, segundo a SBM, e a partir dos 50 anos, devem realizar duas vezes ao ano. Já o autoexame deve ser realizado mensalmente de 3 a 5 dias após o término do ciclo menstrual, especialmente em mulheres com propensão genética com menos de 40 anos. 

Mesmo sendo um problema que acomete mulheres durante todos os meses do ano, Outubro Rosa é importante para conscientizar e relembrar sobre a doença. Outubro Rosa é muito além da prevenção do câncer de mama, é um mês do autocuidado feminino, lembrando que investir na saúde, é o melhor investimento que podemos fazer por nós mesmos.